Ex-senadora anunciou filiação ao PSB de Eduardo Campos
Passada a surpresa causada pela filiação da ex-senadora Marina Silva ao PSB,oficializada na tarde de sábado, o cenário eleitoral de 2014 virou uma incógnita. Segunda colocada nas últimas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, Marina afirmou que avaliaria com seu grupo uma candidatura a vice na chapa do governador Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, que deixou o governo com a intenção de concorrer à sucessão de Dilma Rousseff. Apoiadores de Marina veem problemas nessa dobradinha. Cientistas políticos concordam.
Impedida pela Justiça Eleitoral de criar a Rede Solidariedade, partido pelo qual deveria disputar a Presidência, Marina disse que a candidatura de Eduardo Campos ao cargo era "legítima", durante o anúncio de sua filiação. Pouco depois, no entanto, seus apoiadores iniciaram pressão pelas redes sociais para que a candidata do PSB à Presidência seja Marina, e não Campos. Analistas avaliam com estranheza a parceria de Marina com Campos, na forma como ela foi colocada inicialmente, com o governador na cabeça de chapa e Marina como vice. Professor e cientista político da Fundação Getúlio Vargas, Marco Antônio Carvalho pondera ser pouco provável que esse seja o quadro final do acordo PSB e Rede. Para ele, essa composição pode ser "inadequada". "Há uma inversão total de capital político. Quem tem quase 20% das intenções de voto é Marina e não Campos, que encabeçaria a chapa. E se esse capital não se transferir para ele?", questiona. "Já que ela optou pelo pragmatismo, que saísse como cabeça de chave." As próximas pesquisas de opinião com a chapa Campos-Marina entre as opções definirão o futuro da parceria, avalia Carvalho. Rede avalia alinhamento no Estado Os integrantes da Rede Sustentabilidade no Rio Grande do Sul ainda não sabem avaliar quais os desdobramentos regionais do ingresso de Marina Silva no PSB. A exemplo da ex-senadora, parte da comissão provisória da Rede no RS rumou para o PSB, com o objetivo de disputar a eleição de 2014, mas o alinhamento em nível estadual, por enquanto, é refutado. "O que existe é uma aliança para a Presidência da República e não nos Estados. Ainda não conversamos com o PSB aqui. Antes que isso aconteça vamos fazer uma reunião interna da Rede", informou ontem a presidente da comissão provisória da Rede, Gisele Uequed. Gisele também filiou-se ao PSB no sábado, para poder disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa. Com o mesmo objetivo de concorrer nas eleições de 2014, agora integram os quadros socialistas outros integrantes da comissão, como William Smith Kaku, Montserrat Martins (que disputou o governo do Estado em 2010 pelo PV) e Jorge Uequed. Conforme Gisele, além dos integrantes da comissão, na região Metropolitana cerca de 50 apoiadores de Marina se filiaram ao PSB com o objetivo de concorrer no ano que vem. No PSB, o clima inicial é de comemoração. Em encontro na Capital, no sábado, a avaliação foi de que o ingresso da Rede no partido consolida de vez a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República. Mas a análise sobre os desdobramentos no RS será feita nos próximos dias. Cautela pauta negociações no Estado Dirigentes de partidos que vêm sendo procurados pelo PSB gaúcho para a negociação de uma aliança estadual estão cautelosos em relação aos desdobramentos da adesão da Rede à legenda. "Foi um grande lance que pode ampliar nossas conversas, mas temos que aguardar", disse o presidente do PDT, Romildo Bolzan Jr. "Para o PMDB é questão secundária", resumiu o presidente do PMDB, deputado Edson Brum. Os peemedebistas estão mais preocupados com outras questões, que o deputado também externou. "A presidente Dilma, para ter o apoio do PMDB do RS, vai ter que deixar claro que subirá no palanque do partido aqui." O presidente do PP, Celso Bernardi, negou que o ingresso de Marina no PSB afaste a sigla de um eventual apoio a Eduardo Campos (PSB) e minimizou o fato de Marina defender causas ambientais pouco simpáticas a ruralistas representados pelo PP. "Nossa prioridade é a eleição local e o que discutimos é uma candidatura de oposição." Dilma e Aécio desembarcam no RS Enquanto os socialistas gaúchos comemoram a filiação de Marina Silva, a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, e o senador Aécio Neves (PSDB) desembarcam no Estado. Dilma faz visita oficial na sexta-feira e deve passar o fim de semana. A agenda prevê a inauguração de cinco escolas de educação infantil em Novo Hamburgo, mas há expectativa de anúncio sobre as obras da segunda ponte do Guaíba. Integrantes do Piratini descartam novidades em relação ao metrô porque o governador Tarso Genro estará em viagem. Aécio estará em São Leopoldo na outra sexta, dia 18. "Será um grande ato político para nosso presidente e futuro candidato à Presidência da República", diz o presidente do PSDB gaúcho, Adilson Troca.
Fonte Correio do Povo
Postado por Levi de Oliveira
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