Grêmio empata com Atlético-MG e é campeão da Copa da Brasil 2016 | Foto: Mauro Schaefer
É CAMPEÃO. É CAMPEÃO. É PENTACAMPEÃO. O Grêmio é o Rei das Copas. A Copa do Brasil 2016 é azul, preta e branca. Na noite desta quarta-feira, 7 de dezembro de 2016, 55 mil torcedores presenciaram a redenção de um clube. O time de Grohe, Geromel, Maicon, Douglas e Luan, treinado pelo mito Renato Portaluppi conquistou a Copa do Brasil
2016, a quinta do Grêmio. Do rosto dos jogadores escorre suor e lágrimas. Torcedor gremista, encha os pulmões e
solte o grito preso há anos na garganta: É CAMPEÃO. Bolaños, aos 43 do segundo tempo, de perna esquerda, após jogada de Éverton, marcou o gol tricolor. Cazares, do meio de campo, encobriu Grohe e deixou tudo igual, mas a taça já tinha dono: Grêmio.
Tensão nos primeiros 45 minutos
A escalação do Atlético-MG deixou o time mineiro mais compacto e liberou a ação dos laterais. O Grêmio teve dificuldades para, quando com a posse de bola, conseguir trocar passes em velocidade e encaixar um contragolpe. O Galo se movimentava bastante pelo meio com Rafael Carioca, Leandro Donizete, Junior Urso e Luan. Walace, Ramiro e Maicon não conseguiam encaixar a marcação. O Atlético-MG, aos 4 minutos, teve a primeira chance. Junior Urso, de cabeça, após cruzamento da esquerda. O Tricolor, tenso, ficava atrás da linha da bola. Aos 8, Lucas Pratto arriscou de fora da área. Bola no canto. Grohe, bem posicionando, só acompanhou. Aos 12 foi a vez de Luan arriscar de longe. Para fora.
A torcida sentia a equipe nervosa e com dificuldade de sair para o contra-ataque. Passou a incentivar mais e fazer a Arena sacudir. O Grêmio respondeu dentro de campo. Aos 18, time partiu em contra-ataque pela direita. Luan foi derrubado perto da área. Douglas bateu a falta por cima. Aos 22, Ramiro e Edílson trocam passes até a bola sobrar para Maicon. O capitão chutou forte. A bola explodiu na defesa e saiu.
O Atlético-MG voltou a fazer suar frio os torcedores gremistas aos 26. Em jogada pela equerda, rolou para Rafael Carioca que fez o corta-luz, mas ninguém arrematou. Dois minutos depois, Robinho, de cabeça, assustou. O Grêmio deu seu primeiro chute no gol aos 36. Recebeu na esquerda, cortou o marcador e bateu. Victor fez a defesa. Aos 40 minutos Douglas, de calcanhar, passou para Éverton. O atacante invadiu a área e cara a cara com o goleiro chutou fraco. Victor fechou bem o ângulo e defendeu.
Segundo tempo
O Grêmio seguiu o mesmo script. Atrás da linha da bola, fechando os espaços e tentando o contra-ataque. A torcida empurrava o time. Pela esquerda, o time chegava com perigo. O Galo tentava responder, mas não conseguia mais a mesma força. O Tricolor passou a ficar no campo ofensivo. Aos 11, Edílson bateu falta direto. Victor tirou de soco. No lance seguinte, Luan, de fora da área, mandou no canto. O goleiro fez a defesa. O Galo sentiu a parte física. Passou a ter dificuldades na armação das jogadas. Bem posicionado, ocupando cada canto do campo, o Grêmio seguiu cadenciando a partida e alfinetando a zaga mineira. Luan, aos 17, após receber de Ramiro mandou por cima. Na tentativa do abafa, no cruzamento para a área do Grêmio, Grohe sai da meta para defender o toque de cabeça. Aos 35, Marcelo Oliveira cruzou para Éverton, que desviou, de leve, mas Erazo mandou para escanteio. O Galo estava atordoado sem saber o que fazer e cansado. Via os gremistas tocarem a bola. Bolaños, após jogada com Éverton, marcou para o Grêmio. Cazares, do meio da rua, acertou o gol. Tudo igual.
O Grêmio foi guerreiro, sim. Lutando pela bola, pelo gol e defendendo sua meta como leões. Um time campeão precisa de jogadores que saibam pensar. O Grêmio tem. Douglas, cerebral. Maicon, regente. Walace, guarda-costas. Kanemann, silencioso, impecável. Geromel, invísivel. A verdade é que o Grêmio campeão nunca foi 11. Trata-se de um grupo vencedor. Cada um na sua, articulados, monitorando o adversário, até recuperar a bola. O Atlético-MG não conseguiu jogar, o time de Renato suprimiu os espaços, cortou o passe e eliminou a aproximação dos meias e dos atacantes atleticanos.
Essa conquista do carrega uma lição de vida. O Grêmio foi humilhado pelo jejum, e a partir deste título atinge uma nova dimensão se transfigura e volta a ser o que todo torcedor gremista almeja: campeão. O Grêmio está no seu devido lugar: no topo, com a taça no armário, medalha e faixa no peito. Este é um time campeão, e podem apostar, pegaram o gosto, deu para perceber. O escritor uruguaio Eduardo Galeano escreveu que o fanático é o torcedor no manicômio. Na noite desta quarta, a fanática torcida gremista, em êxtase com o título, transformou a Arena no maior manicômio do Brasil. Libertadores 2017, aí vai o Grêmio.
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