Notícias

6/recent/ticker-posts

MPA realizou VI Festa da Semente Crioula, em Seberi (RS)

 

O Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e a Cooperbio – cooperativa camponesa da qual famílias da base do movimento são participantes –realizaram a VI Festa da Semente Crioula, no dia 11 de março (sábado). Centro Territorial de Cooperação, Educação Ambiental e Agroecologia, na Linha Tesoura, em Seberi (RS).

Foi realizadas feira e troca de sementes e mudas, palestras e rodas de conversa, celebração ecumênica, apresentações musicais e culturais, bem como atividades de formação, informação e integração. O programa contempla ainda a feira agroecológica com expositores de toda região e o tradicional almoço com cardápio típico camponês elaborado a partir de alimentos agroecológicos, produzidos sem veneno e sem aplicação de insumos químicos.

Uma novidade desta edição é a inserção de uma feira de economia solidária no programa, irmanando ainda mais a Festa da Semente na perspectiva do Fórum Social Mundial, que afirma que "um outro mundo é possível e uma nova economia é necessária”. Delegações de todas as regionais do MPA no RS e também de SC, bem como representantes de outros estados participaram na festa, que serve ainda para dar abertura às programações dos 10 anos de instalação do Centro de Formação da cooperativa em Seberi.

Para o presidente da Cooperbio, Marcos Joni de Oliveira, a festa representa uma aliança entre o campo e a cidade pela soberania alimentar “Desde 2013 nós realizamos a Festa da Semente Crioula, celebrando a vida, a produção, a colheita e a cultura camponesa”, aponta Viviane Chiarello, dirigente do MPA no território. Segundo ela, a festividade representa ainda a resistência e a solidariedade ativa da agricultura camponesa e familiar, que retorna depois de três anos de ausência da programação por conta da pandemia de covid-19. Um retorno que celebra também a atuação dos pequenos produtores que, mesmo sob o risco da doença, permaneceram trabalhando e garantindo 70% da alimentação que de fato chegou às mesas dos trabalhadores e trabalhadoras de todo o país.

Militância em defesa da vida

Camponesa e militante da base do MPA, Irene Reis da Silva também destaca o simbolismo da semente para o campesinato. “Nós plantamos, colhemos e preservamos a semente para compartilhar, assim compreendendo que cuidar da semente significa cuidar da própria vida”, comenta.

Também camponês e militante da base do MPA, Ibanez Gonçalves explica que a relação que o camponês estabelece com a semente é diferente daqueles que se dedicam exclusivamente aos pacotes agroquímicos e a produção das comodities. “Para a agricultura comercial as sementes são uma espécie de dinheiro, uma forma de agregar capital; na agroecologia nós entendemos que as sementes, as plantas e os animais são vida, são bens comuns que devem ser preservados, multiplicados e compartilhados.”

Atualmente a área onde está instalada a Cooperbio é certificada como produtora orgânica, contendo experimentos voltados à agroecologia e servindo de centro de formação para camponeses e camponesas de todo o Rio Grande do Sul, de outros estados do Brasil e até do exterior interessados em sistemas produtivos que se integram à natureza, interpretam o presente pelo viés da sustentabilidade e o futuro com respeito ao ciclo natural da vida.

Na Festa da Semente se renova o desafio dos camponeses e camponesas, que com seu trabalho e sua luta buscam diariamente garantir a alimentação como um direito inalienável do ser humano e a semente como um bem comum a todos àqueles que se dispõem a plantar, colher e compartilhar. 





Fonte Brasil de Fato

Reactions

Postar um comentário

0 Comentários